Donzelas casadoiras

Orgulho e Preconceito, de Joe Wright
Filmes baseados em Jane Austen são naturalmente engraçados. Todo aquele jogo de sedução do século 19, com invariável requinte visual, é veículo fácil para a ascensão de muita atriz aspirante ao primeiro time. É o que acontece com a esquisita Keira Knightley, que conseguiu sua primeira indicação ao Oscar sem muita pretensão – ou justificativa.
Embora este novo Orgulho e Preconceito não seja o Razão e Sensibilidade de Ang Lee, Joe Wright, diretor estreante, consegue transcender o início malogrado para construir um longa agradável, de fotografia linda e elenco secundário luxuoso. Brenda Blethyn, Donald Sutherland e Judi Dench dão show, e ofuscam a não tão boa Keira e seu par romântico, o desconhecido Matthew MacFadyen.
Tal e qual seus protagonistas, Orgulho e Preconceito parece dividido em dois filmes distintos, reflexo natural de mão pesada e inexperiente. O primeiro deles, chato e reverente, não dá o tom adequado, entrega, no susto, uma mocinha esquecida no meio de quatro irmãs barulhentas e um galã com cara de comissão de frente. O segundo, infinitamente superior, revela as camadas da audaciosa Elizabeth Bennet (Keira), de seu anti-herói (MacFadyen, que termina excelente) e a delícia de acompanhar a mãe maníaca por um casamento para as filhas (Brenda Blethyn).
Com brumas, pradarias, carruagens e bailes, Orgulho e Preconceito já foi visto antes muitas vezes. Não ganha pontos por ser honesto, limpinho e não ofender ninguém, mas rende bastante numa noite chuvosa e solitária. Parece sincero, e a tal da Keira Knightley, dando um desconto, até que passa no teste da areia.
1 Comments:
adorável mesmo !!!!!
a trilha é excelente...
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