Limão Matutino

Quarta safra

6.9.06

Ases


Beijos e Tiros, de Shane Black

A "praga Tarantino" parece não assombrar Beijos e Tiros. Refiro-me à onda de filmes de referência, desde que Pulp Fiction quebrou Cannes em 94, submetendo todo e qualquer filme posterior, que ousasse ser um caldeirão de referências pop, ao termo pejorativo de “sub-Tarantino”. Eu mesmo considero Buffalo 66, de Vincent Gallo, o melhor dos sub-Tarantino, por motivos que provavelmente serão derrubados com uma revisitada.

A obra-prima foi destronada por seu próprio criador e os dois Kill Bill, vindo outra onda ainda mais insuportável de explosão pop, que inclui remixes exdrúxulos de canções-tema (e o assassinato de Misirlou, a abertura de Pulp Fiction, a cargo dos Black Eyed Peas). Mas, dentro de tudo isso, onde fica o filme de Shane Black? No campo do divertimento puro e descompromissado, sem vestígio de subproduto. Shane Black, estreante, foi o cara que escreveu alguns dos Máquina Mortífera. Pra ele é gabarito; pra mim, é o mesmo que Demi Moore fazer algo que preste.

Beijos e Tiros, cheinho de pérolas pop e diálogos inúteis, é gema boa por, pelo menos, uns três motivos: 1. Robert Downey Jr. em seu melhor momento nas telas (Chaplin o caralho!); 2. o antipático Val Kilmer fazendo um detetive gay que usa I Will Survive como toque de celular; e 3. Michelle Monaghan, gata e com timing perfeito pra comédia. A história é rocambolesca, a ação, absurda. E tudo no capricho mesmo, desde a fantástica cena de abertura – que precede os fantásticos créditos iniciais. Clássico instantâneo.

1 Comments:

At 12:30 PM, Blogger f. said...

eu quero MUITO ver esse filme. agora ainda mais.

 

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