Limão Matutino

Quarta safra

7.11.06

Tarja preta


Obrigado Por Fumar, de Jason Reitman

Canalha. Da trilha-sonora à atuação de Aaron Eckhart, como lobista da indústria tabagista. Obrigado Por Fumar, com direção e roteiro cínicos, é de fato uma obra-prima do humor negro. Afiado como poucos, pode ser facilmente apontado como um dos grandes filmes de 2006. E quem diria que, um dia, o marido de Julia Roberts em Erin Brockovich seria digno de conversa?

O momento é todo dele, que além de Dália Negra brilha e faz o diabo num filme que analisa a capacidade da indústria em esconder os males do cigarro – e das armas e bebidas, em mesa-redonda de mensageiros do apocalipse (um deles vivido por Maria Bello, a atual mãe zelosa do cinema americano, em filmes tão distintos quanto Marcas da Violência e As Torres Gêmeas). São alegorias humanas, anti-heróis tão simpáticos e razoáveis que merecem um pão-doce. Nick Naylor, o tal do tabaco, chega ao ponto de mostrar, in loco, ao filho (o ótimo Cameron Bright) como e em quê trabalha. E o garoto também tem seu percentual apurado de cinismo, principalmente em discussões com a mãe.

Obrigado Por Fumar é tão sensacional que nem Katie Holmes consegue estragar. Ela, com sua eterna cara de criança e sempre inadequada (aqui como uma "insinuante" jornalista) deve ter se beneficiado, mais que qualquer outro, da boa mão estreante de Jason Reitman – filho do Ivan Reitman, diretor de Os Caça-Fantasmas.

2 Comments:

At 12:15 AM, Anonymous Anônimo said...

Na Companhia de Homens, do La Bute, o Eckhart faz um canalha muito semelhante ao desse filme. Mudam os propósitos. Mas esse humor negro, essa ironia , inteligência e charme são características muito fortes nele. Eu casava...

Gostei muito do filme. Roteiro e ator no ALfred!

 
At 3:27 PM, Blogger Antonio Santos said...

Pasta, antes de Dália Negra, Aaron Eckhart era, pra mim, só um sujeito que eu confundia com o Viggo Mortensen. Hehehe. Voto nele, no roteiro e ainda no Cameron Bright pro Alf.

 

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