Limão Matutino

Quarta safra

28.10.06

O maior espetáculo da terra


As Torres Gêmeas, de Oliver Stone

Eis um filme que não serve pra nada. Nem pra ser criticado. Não tem sequer arroubos de cafonice ou patriotismo desmiolado. É historinha pra boi dormir, uma versão "intimista" dos acontecimentos de 11 de setembro, os atentados que mudaram o mundo. Já o filme não muda nada. Só mostra que o antes ousado – e até mesmo chato – Oliver Stone é capaz de fazer cinema extremamente correto.

Eu prefiro a época em que ele catava fio de cabelo em ovo. Diante de As Torres Gêmeas e sua infindável coleção de boas intenções, o pomposo e irregular Alexandre parece mesmo o grande filme que prometia. Temos, aqui, apenas a cara de pastel de Nicolas Cage e o Michael Pena, galgando mais degraus rumo ao coração norte-americano (depois de Crash, um outro atentado). Intercalando cenas embaixo dos escombros, temos Maria Bello e Maggie Gyllengaal, como as respectivas esposas-mães, e Jesus Cristo. Boas atrizes sem campo e uma visão ridícula da salvação.

Se cada filme tem que cumprir sua missão, a de As Torres Gêmeas – tornar-se um monumento, sem brechas de discussão, para todos os mortos e suas famílias destruídas – é conseguida com louvor estúpido. Cinema não foi feito pra isso, como nos mostrou o próprio Oliver Stone em dias melhores.

1 Comments:

At 6:34 PM, Anonymous Anônimo said...

verei até terça feira !!!!
algo me diz que vu gostar...
hehehe

 

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