Limão Matutino

Quarta safra

9.10.06

Cinema epilético


Domino – A Caçadora de Recompensas, de Tony Scott

O cara tem um filme cult (Fome de Viver). É irmão de Ridley Scott e, ao que tudo indica, quis fazer "homenagem" ao Assassinos Por Natureza, de Oliver Stone. Bom que a obra-prima de 1994 tenha feito escola. Mau que este Domino – A Caçadora de Recompensas tenha vindo pra reforçar o coro dos que reclamam da "linguagem MTV" catando espaço nos cinemas. É tanto corte, tanto efeito sonoro e tanto filtro de lente que fica cansativo. Fosse de fato um videoclipe de 3 minutos, ainda conseguiria ser insuportável.

Tony Scott nunca foi um bom diretor. Tem algo a oferecer no campo visual, é verdade – e ele mesmo já dirigiu alguns videoclipes (nenhum memorável, diga-se). Mas trabalha com gente legal, como Richard Kelly, o roteirista e responsável pelos parcos bons momentos. Era pra ser bacana, e dá pra sentir isso até uns 40 minutos. Depois enjoa.

Sobre Keira Knightley, não há o que falar. Sua falta de talento é cada vez mais explícita, mas o rostinho de anjo engana. Ela sabe fazer bico e tem dois ou três pares de olhar pra compor uma bad girl fuleira – não falando da real Domino Harvey, já que o filme, sabe-se, é "romantizado". Mas ainda não sei se gosto dessa menina...